domingo, 12 de julho de 2009

Momentos

Versos amargos geram poemas azedos,
Não sois vós, ó deuses, que o determinais,
Fortes procelas geram mares de medos,
Diferenças de pressão fortes vendavais.
Ei-lo, mais uma vez, e a sua loucura!
Quem pode entender o que ele escreve?
Como a água mole fura a pedra dura,
Assim o servo se liberte de quem serve.
Vós que falais da paz, mas gerais viôlência
Quereis com o ódio semear o amor?!...
Não peçais ao pobre que tenha paciência
Se só lhe dais vinagre e pão com bolor.
Há dureza na frase:- «...Ai dos vencidos!»
Não revela a piedade do vencedor.
Rasgar poemas que nunca foram lidos
É matar os filhos paridos com dor.
O homem é só um rol de contradições:
Entre a sua bondade há também violência,
Entre duas preces roga maldições,
Na sua raiva pode haver benevolência
E com lindas palavras faz feias acções.
O que é a verdade e o que é a mentira,
Se tu acreditas naquilo que eu nego?!
Se não há inferno para quem dá e tira,
Para onde irá o que dá luz ao cego?!
O Vento sopra de norte. Faz frio lá fora!
A fresca aragem gerou uma nortada!
É chegada a hora de eu me ir embora,
Que ao claro dia segue-se a noite cerrada.